quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Independencia e autonomia

Entrevista ao jornal A Tribuna

 
Qual a idade que o pai já pode começar a trabalhar a independência da criança?
A autonomia é o maior objetivo da educação por tanto deve começar a ser trabalhada desde bem cedo, gradativamente é dada a criança maior autonomia, ou seja, liberdade para que a criança possa desenvolver e executar suas tarefas com independencia e de forma satisfatória.

Quais as primeiras tarefas que dão autonomia aos pequenos? Fazer tarefas de casa, como guardar roupas, lavar vasilhas, arrumar o quarto são tarefas que ajuda nessa independência?
Normalmente a primeira tarefa que a criança exerce com autonomia é a da alimentação, logo deixa de depender que alguém leve a comida até sua boca, algumas precisam ser estimuladas para isso, outras tomam a iniciativa de fazer sozinhas somente para copiar a maneira que os pais comem. Outro ponto importante é que a criança tenha controle dos esfíncteres e peça para ir ao banheiro, depois aprenda ir sozinho, escove os dentes e tome banho apenas com supervisão de um adulto. Gradativamente a criança vai aprendendo a se vestir e a realizar suas atividades de forma a não depender do outro e isso inclui organizar e guardar seus brinquedos após as brincadeiras.
As crianças amam se sentir úteis, então pedi-las para realizar pequenas tarefas causam-lhes grande satisfação e prazer. O desejo de ajudar impulsiona a criança a realizar de forma cada vez melhor as atividades propostas. O importante é dosar a quantidade de tarefas e não exigir um nível de perfeição muito grande, uma vez que isso é conquistado aos poucos com os exercícios frequentes desses afazeres.

E quando a família tem uma condição econômica melhor, é importante incentivar assim mesmo a criança a fazer certas tarefas? Quais as melhores?
Sim, independente de classe econômica queremos que a criança se torne um adulto capaz de agir e pensar por conta própria, tomando decisões acertadas para sua vida.   É importante incentivar a organizar seus próprios estudos, buscando fontes de informação e conhecimento, e construindo um saber ligado aos seus próprios objetivos. Convidar a criança a observar, pesquisar, interpretar, opinar e discutir é um bom incentivo. A criança deve realizar as tarefas do seu cotidiano, não há como elegermos as melhores tarefas, como educadores devemos despertar o interesse da criança e motivá-las a realizar atividades diversificadas e cada vez mais complexas.

Quando o pai pode deixa o filho sair sozinho, pegar ônibus e a festas sozinhas? Tem uma idade mais adequada para isso?
O pai pode deixar o filho sair, pegar ônibus e ir a festas sozinho, quando confiar que ele  pode fazer estas atividades sem por sua vida em risco. A idade para isso vai variar de acordo com cada família, cada criança e ainda com o lugar que vivem, penso que com 10 a 15 anos seja possível deixar aos poucos que a criança saia em companhia de amigos sendo levados por adultos, até que possam tomar uma condução sozinhos. Embora os perigos dos centros urbanos sejam assustadores, cabe aos pais. minimizar o medo criando soluções que garantam segurança para que os filhos possam ter uma liberdade de ir e vir.Colocar um taxista de confiança pode ser uma boa.É preciso prepará-los para a vida sem amedrontá-los ou subestimá-los, saber lidar com situações inesperadas e enfrentar novos desafios com coragem faz parte do processo de desenvolvimento humano.

Em relação à mesada. Os pais que tem condições devem dar mesada? 
A mesada é uma ótima maneira das crianças aprenderem desde cedo a lidarem com o dinheiro, é muito bom para poderem se organizar e dar valorizar suas aquisições e suas próprias finanças.

Ela pode ser condicionada ao bom comportamento da criança?  Qual o melhor método para estabelecer o valor e a justificativa? Como isso vai ajudar a criança a ser independente?
A criança deve receber um valor de mesada para determinadas finalidades, como por exemplo, comprar o lanche da escola, gastos no final de semana, etc. Tem que ficar claro para todos, os objetivos da mesada, assim a criança poderá poupar e ter responsabilidade sobre seus gastos. Este tipo de compromisso com certeza ajudará na independência deste futuro adulto. Penso que dar um valor a mais para que sobre a ser economizado pode ser bom.Condicionar a mesada com o comportamento, não me parece o melhor caminho para a educação, mas se a finalidade da mesada for apenas dar um extra para gastos em supérfluos esse procedimento pode ser aceitável, mas se a mesada comprometer algo que exija responsabilidade de pagamento, as práticas ficarão confusas para a criança, portanto o essencial é que haja um planejamento familiar  das propostas educacionais co finalidades bem definidas.

Ester Chapiro – Psicopedagoga clínica, professora, pedagoga, especialista na área orientação educacional e de recursos humanos. Há cerca de 25 anos atuando na área da educação e com larga experiência em Magistério, Orientação Educacional e Coordenação Pedagógica. Dirige a Central de Professores-Soluções Pedagógicas, empresa que é também voltada para a recuperação de alunos em situação de fracasso escolar.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

O que você vai ser quando crescer? Chegou a hora de escolher a profissão




Os estudantes que acabam de concluir o ensino médio têm muitas duvidas na escolha do curso superior. A grande pressão da sociedade, somada a pouca idade e imaturidade dos estudantes que concluem o ensino médio ajudam a piorar o conflito destes jovens. São várias opções de carreira e de cursos... E chegou a hora de responder a velha pergunta: “O que você vai ser quando crescer?” Será que já estão prontos para fazer esta escolha? O que percebo é que alguns alunos possuem interesse e aptidão por determinada profissão, entretanto a maioria não faz nenhuma ideia da carreira profissional que deseja exercer.
Para minimizar a ansiedade e futuras frustrações o aluno precisará levar em conta primeiramente o autoconhecimento, é necessário e conhecer e analisar suas habilidades, gostos e personalidade. Uma boa dica é começar descartando o que ele não gosta e não quer fazer de jeito nenhum. Nessa fase, são muito comuns às dúvidas a respeito dos seus sonhos e anseios sobre o curso, instituição de ensino e a profissionalização. São várias as questões que o jovem deve considerar para uma escolha profissional bem sucedida: Será que a profissão escolhida é realmente a mais indicada para o meu perfil? A profissão que escolhi dará o retorno financeiro esperado? Trará satisfação e realização profissional? Quanto maior clareza nestas respostas maiores são as chances de sucesso da escolha profissional.
Depois é fundamental informar-se sobre a proposta dos cursos, grade curricular, se a instituições escolhida é reconhecidas pelo MEC e carreira que pretende seguir. Fazer uma análise do mercado de trabalho, inclusive visitar e conhecer todas as possibilidades de como é praticada a profissão escolhida. Por fim, fazer um levantamento do que deseja para o futuro. Ter em mente que a construção de uma carreira é para a vida toda, e que deverá exercê-la com dignidade e orgulho para garantir sua realização pessoal.
Penso que só os testes isoladamente não dizem muito, porém se forem associados a um processo de Orientação Vocacional, com uma abordagem que permita ao estudante, obter informações sobre o mundo do trabalho, confrontar-se com suas questões, interesses e possibilidades para poderem chegar a escolhas profissionais mais satisfatórias e comprometidas, aí sim são muito valiosos.
A família pode ajudar na busca de referências e informações sobre profissões e mercado de trabalho, também pode investir num bom serviço de orientação vocacional. O que não pode acontecer é haver imposições de carreiras mesmo que de forma sutil, querer, por exemplo, que o filho siga a profissão do pai, está escolha deve ser pessoal e intransferível.
Os estágios são maravilhosos, se o estudante tiver oportunidade de vivenciar o dia a dia de um profissional dentro de uma organização, será muito interessante para perceber se irá gostar de fazer este trabalho todo dia. Conversar com profissionais também é muito bom, é importante perguntar sobre quais funções exercem, como o mercado remunera, jornada de trabalho, cursos de especialização, pontos positivos e negativos da profissão, etc.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Entrevista no canal Futura

Olá pessoal
O Canal Futura disponibilizou a entrevista que participei sobre Bulling no programa Conexão.
Segue o link para quem quiser conferir!

https://www.youtube.com/watch?v=Pk99LswFJ94

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Educar é difícil, mas reeducar é mais difícil ainda!

Sou filha mais velha e meus pais inexperientes se rendiam com facilidade aos meus desejos, fazendo muito do que queria a tempo e a hora, o que me deu uma infância aparentemente confortável. Não demorei a perceber os muitos prejuízos de uma vida indisciplinada. Tive muita dificuldade para mudar e me impor a determinados comportamentos.

Sempre digo: educar é difícil, mas reeducar é mais difícil ainda! Acabei me debruçando sobre o tema que fundamenta minha profissão.

A indisciplina realmente traz graves consequências, já na própria infância é possível vivenciar problemas quando não dominamos nossos desejos e impulsos. Sofremos conflitos internos, questões físicas e sociais.

O ideal é que os pais preparem os filhos para a vida, dizer não na hora certa e criar bons hábitos e atitudes serão ensinamentos extremamente saudáveis. O quanto antes os processos de organização interna e adaptação ocorrerem durante o desenvolvimento infantil, mais rápido se dará a assimilação de um novo conceito.

Às questões referentes a comportamentos morais, normas de condutas e disciplinas precisam ser apresentadas desde cedo e gradativamente, para que a criança possa processá-las, internaliza-las e no futuro aplicá-las sem sofrimento algum.

No início é preciso persistir para que a criança crie bons costumes, isso pode dar trabalho, mas valerá a pena investir, pois uma vez as regras internalizadas, a criança agirá com autonomia, ou seja, de forma consciente da prática de determinados preceitos que sem dúvida irão ajudá-lo em suas realizações pessoais. Atenção, a proposta não é robotizar o sujeito, bastante cuidado para não reprimir sentimentos e emoções, é importante respeitar a maneira de ser de cada um, sem perder de vista os objetivos educacionais.

Na vida adulta modificar velhos hábitos às vezes parece impossível, contudo, sempre dá tempo de acertar o passo,  precisamos ser fortes para abolir estilos de vida  destrutivos e criar uma boa rotina que garanta uma melhor qualidade de vida.

Sabe quando você lê um texto e fala: nossa é exatamente o que eu penso! É o caso do texto Disciplina e Educação do psicólogo Flavio Gikovate, que citarei abaixo, ele é perfeito! Minha identificação foi imediata, até porque fiz parte do grupo que de pessoas que foram criadas sem muita disciplina, regras e horários... Boa vida!?

Ester Chapiro, Psicopedagoga da Central de Professores


Disciplina e Educação

De repente, no melhor do sono, toca o despertador. É hora de levantar para ir à escola ou ao trabalho.

Não é raro que, exatamente neste instante, se trave uma batalha importantíssima. De um lado, o sono, a preguiça, o desejo de continuar deitado sonhando com todo tipo de situações gostosas. De outro, a noção do dever, da obrigação, do compromisso assumido. A vontade mostra uma direção; a razão aponta o oposto.

Disciplina, em minha opinião, é a capacidade que permite à razão ser mais forte e vencer nossas vontades e nossa preguiça. É porque desenvolvemos essa qualidade que conseguimos fazer exercícios maçantes todos os dias na mesma hora; que evitamos comidas com muitas calorias ou prejudiciais à saúde; que nos faz abrir mão de coisas materiais para poupar e atingir um objetivo maior. Pessoas disciplinadas conseguem estudar quando, na verdade, estavam com vontade de assistir à televisão ou bater papo com os amigos.

Não resta a menor dúvida: os disciplinados terão maiores chances de sucesso nas atividades às quais se dedicarem. Entre talento e disciplina, é melhor ter os dois. Porém, a longo prazo, esta última é mais importante. Mas precisa ser conquistada.

É verdade que há pessoas que aceitam melhor as contrariedades. Essa capacidade de aceitação aumenta à medida que se desenvolvem a linguagem e o raciocínio lógico. Ambos nos ajudam a compreender por que nossas vontades nem sempre podem ser satisfeitas. Aprendemos a suportar melhor a dor.

A principal tarefa da educação, especialmente durante os primeiros anos de vida, seja desenvolver a razão e suas forças com o intuito de sermos capazes de 'domesticar' nossas vontades. Uma visão equivocada da psicologia nos levou, nas últimas décadas, a privilegiar o livre exercício do desejo. O papel da razão – freio limitador dos impulsos – foi encarado como algo repressivo e negativo. Além disso, os pais, com medo de traumatizar os filhos e de perder o amor deles, têm fugido da tarefa, às vezes desagradável, de estabelecer limites e estimular as crianças a usar com eficiência a razão para dirigir suas vidas.

Na educação infantil, essa é a tarefa número um dos pais. Ao aprender a utilizar a razão em benefício próprio, a criança e depois o adulto experimentam enorme satisfação quando se sentem disciplinados. Sim, porque é nestes momentos que nos consideramos animais mais sofisticados, que definimos com propriedade de racionais.

A alegria íntima de quem se levanta cedo, faz exercícios e chega na hora certa aos compromissos assumidos é algo que não pode ser subestimado. Sentimo-nos fortes quando conseguimos nos controlar – coisa muito difícil. Sentimos que vencemos a batalha mais árdua: a interior. A autoestima cresce. E para que nossos filhos experimentem todas essas sensação tão boa, deve lhes ensinar, desde cedo, a abrir mão de suas vontades, sempre que a razão assim achar conveniente e útil.
Texto original de Flávio Gikovate



segunda-feira, 20 de julho de 2015

A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL

O que é EAD?

Educação a distância é o processo de ensino aprendizagem, mediada por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporariamente. Exige a dupla via de comunicação num processo contínuo. É caracterizado pela ênfase na auto - aprendizagem e na interação o aprendiz constrói seu conhecimento através da troca, participação e acesso aos mais variados conhecimentos. O aluno deve estar motivado, ser proativo e adquirir hábitos de estudos sistemáticos. Utiliza-se de ambientes virtuais e tecnologia e informação como recurso, o que possibilita acesso seguro às redes de comunicação, softwares de comunicação, hipertexto, banco de dados, planilhas, enciclopédias assim como sala de bate-papo, fórum e e-mails que possibilitam a interatividade. Nesse processo de construção do conhecimento é fundamental a atuação do tutor como mediador e incentivador constante da interação.

O que é um bom curso a distância?

Os fatores que determinam um bom curso presencial serão os mesmos na educação a distância, um bom curso deve empolgar, surpreender, fazer pensar, nos envolver ativamente, trazer contribuições significativas e nos colocar em contato com pessoas, experiências e ideias interessantes.
Observa-se a necessidade de educadores maduros, preparados para lidar com essa nova realidade, boa administração com todos envolvidos no processo pedagógico, infraestrutura física, planejamento, objetivos definidos e avaliação constante. E ainda de ambiente tecnológico capaz de promover a interação no processo de ensino - aprendizagem.

As vantagens da educação on-line
  • Os estudantes podem fazer a qualquer hora em qualquer lugar.
  • Tem uma abordagem centrada no aluno, por que ele é o verdadeiro empreendedor do seu processo de ensino-aprendizagem.
  • O facilitador, o tutor e toda a equipe buscam facilitar o processo.
  • O Material do curso fica 24h os 7 dias da semana acessível.
  • A participação aumenta com a interatividade, pois todos têm as mesmas oportunidades para se colocar sem intimidações, o que torna o curso mais igualitário.
  • Os estudantes têm mais tempo para formular suas respostas.
  • O aluno pode ter aula com professores de todos os lugares.
  • O uso da internet para fazer cursos e pesquisas vai além da comunicação com outros estudantes e facilita o uso de tecnologias que se tornam cada vez mais fundamentais no séc XXI.
  • Os instrutores ficam mais acessíveis o que fortalece este contato.
  • Os estudantes podem falar abertamente com seus professores através de salas de bate-papos, on-line, e-mails e grupos de discussão.
  • Permite mais informações, possibilita o acesso a bibliotecas, consulta a artigos, sites, blogs, vídeos...
  • Comentários feitos pelos próprios estudantes estimulam o processo onde todos podem contribuir.
  • O valor do diploma é o mesmo dos cursos convencionais.
  • Não há barreiras geográficas o que permite a pluralidade de cursos e matérias oferecidas.                                                                                                           
 
Referências bibliográficas
MORAN, José Manuel- O que é Educação à distância/ O que é um bom curso a distância
FIALHO, Mário- Vantagens da Educação On-Line- www.you tube.com
ALVES, João Roberto Moreira- A Nova Regulamentação da EAD no Brasil
FARIAS, Giovanni- O Tripé Regulamentador da EAD no Brasil:LDB- Portaria dos 20% e o decreto 5.622/2005

Ester Chapiro, Psicopedagoga da Central de Professores

Projeto Político Pedagógico- PPP



A Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional 9394/96 prevê em vários de seus artigos a descentralização dos estabelecimentos escolares e a elaboração e execução de suas propostas pedagógicas com a participação do corpo docente. O PPP é o plano de ação e reflexão que toda escola precisa ter, é elemento fundamental para a autonomia de cada escola, bem como a própria concretização da gestão democrática. O PPP irá definir a identidade da escola, suas finalidades e filosofia de trabalho, elucidando as ações que deverão ser praticadas na busca de um ensino comprometido a uma educação de qualidade.
É indispensável contar com representantes de cada segmento da instituição, para sua construção, isso o tornará realmente político. Para elaborar um PPP autêntico, que represente a real identidade e proposta da escola é preciso que os diversos representantes da comunidade escolar reflita sobre os ideais da escola, sua realidade, proposta de ação durante o ano letivo embora o PPP é válido por não mais de 5 anos e por fim, avaliar tudo que foi proposto e executado no projeto. 
Para preparar um projeto bem fundamentado será preciso partir da comunidade onde a escola está inserida, reunir informações, identificar propostas e estabelecer um plano de ação. Fundamenta-se em três eixos interligados: O marco Referencial que representa a realidade da escola e da comunidade, direcionando para a compreensão do mundo atual e o  se deseja alcançar; o Diagnóstico que pesquisa a realidade existente  e analisa o que a escola já vem realizando, e a distancia ao que se pretende chegar; e a Programação que é a proposta de ações para satisfazer a necessidade do resultado do diagnóstico. Não é muito simples se fazer um bom PPP é preciso muito esforço para construí-lo,
Porém, os benefícios na qualidade de trabalho depois de sua confecção são extremamente gratificantes.

Ester Chapiro, Psicopedagoga da Central de Professores