Sou filha mais velha e meus pais inexperientes se
rendiam com facilidade aos meus desejos, fazendo muito do que queria a tempo e
a hora, o que me deu uma infância aparentemente confortável. Não demorei a
perceber os muitos prejuízos de uma vida indisciplinada. Tive muita dificuldade
para mudar e me impor a determinados comportamentos.
No início é preciso persistir para que a criança crie bons costumes, isso pode dar trabalho, mas valerá a pena investir, pois uma vez as regras internalizadas, a criança agirá com autonomia, ou seja, de forma consciente da prática de determinados preceitos que sem dúvida irão ajudá-lo em suas realizações pessoais. Atenção, a proposta não é robotizar o sujeito, bastante cuidado para não reprimir sentimentos e emoções, é importante respeitar a maneira de ser de cada um, sem perder de vista os objetivos educacionais.
Sabe quando você lê um texto e fala: nossa é exatamente o que eu penso! É o caso do texto Disciplina e Educação do psicólogo Flavio Gikovate, que citarei abaixo, ele é perfeito! Minha identificação foi imediata, até porque fiz parte do grupo que de pessoas que foram criadas sem muita disciplina, regras e horários... Boa vida!?
Sempre digo: educar é difícil, mas reeducar é mais
difícil ainda! Acabei me debruçando sobre o tema que fundamenta minha
profissão.
A indisciplina realmente traz graves consequências,
já na própria infância é possível vivenciar problemas quando não dominamos
nossos desejos e impulsos. Sofremos conflitos internos, questões físicas e
sociais.
O ideal é que os pais preparem os filhos para a
vida, dizer não na hora certa e criar bons hábitos e atitudes serão
ensinamentos extremamente saudáveis. O quanto antes os processos de organização
interna e adaptação ocorrerem durante o desenvolvimento infantil, mais rápido
se dará a assimilação de um novo conceito.
Às questões
referentes a comportamentos morais, normas de condutas e disciplinas precisam
ser apresentadas desde cedo e gradativamente, para que a criança possa
processá-las, internaliza-las e no futuro aplicá-las sem sofrimento algum.
No início é preciso persistir para que a criança crie bons costumes, isso pode dar trabalho, mas valerá a pena investir, pois uma vez as regras internalizadas, a criança agirá com autonomia, ou seja, de forma consciente da prática de determinados preceitos que sem dúvida irão ajudá-lo em suas realizações pessoais. Atenção, a proposta não é robotizar o sujeito, bastante cuidado para não reprimir sentimentos e emoções, é importante respeitar a maneira de ser de cada um, sem perder de vista os objetivos educacionais.
Na vida adulta modificar velhos hábitos às vezes
parece impossível, contudo, sempre dá tempo de acertar o passo, precisamos ser fortes para abolir estilos de
vida destrutivos e criar uma boa rotina que
garanta uma melhor qualidade de vida.
Sabe quando você lê um texto e fala: nossa é exatamente o que eu penso! É o caso do texto Disciplina e Educação do psicólogo Flavio Gikovate, que citarei abaixo, ele é perfeito! Minha identificação foi imediata, até porque fiz parte do grupo que de pessoas que foram criadas sem muita disciplina, regras e horários... Boa vida!?
Ester Chapiro, Psicopedagoga da Central de Professores
Disciplina e Educação
De
repente, no melhor do sono, toca o despertador. É hora de levantar para ir à
escola ou ao trabalho.
Não é raro que, exatamente neste instante, se trave uma batalha importantíssima. De um lado, o sono, a preguiça, o desejo de continuar deitado sonhando com todo tipo de situações gostosas. De outro, a noção do dever, da obrigação, do compromisso assumido. A vontade mostra uma direção; a razão aponta o oposto.
Disciplina, em minha opinião, é a capacidade que permite à razão ser mais forte e vencer nossas vontades e nossa preguiça. É porque desenvolvemos essa qualidade que conseguimos fazer exercícios maçantes todos os dias na mesma hora; que evitamos comidas com muitas calorias ou prejudiciais à saúde; que nos faz abrir mão de coisas materiais para poupar e atingir um objetivo maior. Pessoas disciplinadas conseguem estudar quando, na verdade, estavam com vontade de assistir à televisão ou bater papo com os amigos.
Não resta a menor dúvida: os disciplinados terão maiores chances de sucesso nas atividades às quais se dedicarem. Entre talento e disciplina, é melhor ter os dois. Porém, a longo prazo, esta última é mais importante. Mas precisa ser conquistada.
É verdade que há pessoas que aceitam melhor as contrariedades. Essa capacidade de aceitação aumenta à medida que se desenvolvem a linguagem e o raciocínio lógico. Ambos nos ajudam a compreender por que nossas vontades nem sempre podem ser satisfeitas. Aprendemos a suportar melhor a dor.
A principal tarefa da educação, especialmente durante os primeiros anos de vida, seja desenvolver a razão e suas forças com o intuito de sermos capazes de 'domesticar' nossas vontades. Uma visão equivocada da psicologia nos levou, nas últimas décadas, a privilegiar o livre exercício do desejo. O papel da razão – freio limitador dos impulsos – foi encarado como algo repressivo e negativo. Além disso, os pais, com medo de traumatizar os filhos e de perder o amor deles, têm fugido da tarefa, às vezes desagradável, de estabelecer limites e estimular as crianças a usar com eficiência a razão para dirigir suas vidas.
Na educação infantil, essa é a tarefa número um dos pais. Ao aprender a utilizar a razão em benefício próprio, a criança e depois o adulto experimentam enorme satisfação quando se sentem disciplinados. Sim, porque é nestes momentos que nos consideramos animais mais sofisticados, que definimos com propriedade de racionais.
A alegria íntima de quem se levanta cedo, faz exercícios e chega na hora certa aos compromissos assumidos é algo que não pode ser subestimado. Sentimo-nos fortes quando conseguimos nos controlar – coisa muito difícil. Sentimos que vencemos a batalha mais árdua: a interior. A autoestima cresce. E para que nossos filhos experimentem todas essas sensação tão boa, deve lhes ensinar, desde cedo, a abrir mão de suas vontades, sempre que a razão assim achar conveniente e útil.
Não é raro que, exatamente neste instante, se trave uma batalha importantíssima. De um lado, o sono, a preguiça, o desejo de continuar deitado sonhando com todo tipo de situações gostosas. De outro, a noção do dever, da obrigação, do compromisso assumido. A vontade mostra uma direção; a razão aponta o oposto.
Disciplina, em minha opinião, é a capacidade que permite à razão ser mais forte e vencer nossas vontades e nossa preguiça. É porque desenvolvemos essa qualidade que conseguimos fazer exercícios maçantes todos os dias na mesma hora; que evitamos comidas com muitas calorias ou prejudiciais à saúde; que nos faz abrir mão de coisas materiais para poupar e atingir um objetivo maior. Pessoas disciplinadas conseguem estudar quando, na verdade, estavam com vontade de assistir à televisão ou bater papo com os amigos.
Não resta a menor dúvida: os disciplinados terão maiores chances de sucesso nas atividades às quais se dedicarem. Entre talento e disciplina, é melhor ter os dois. Porém, a longo prazo, esta última é mais importante. Mas precisa ser conquistada.
É verdade que há pessoas que aceitam melhor as contrariedades. Essa capacidade de aceitação aumenta à medida que se desenvolvem a linguagem e o raciocínio lógico. Ambos nos ajudam a compreender por que nossas vontades nem sempre podem ser satisfeitas. Aprendemos a suportar melhor a dor.
A principal tarefa da educação, especialmente durante os primeiros anos de vida, seja desenvolver a razão e suas forças com o intuito de sermos capazes de 'domesticar' nossas vontades. Uma visão equivocada da psicologia nos levou, nas últimas décadas, a privilegiar o livre exercício do desejo. O papel da razão – freio limitador dos impulsos – foi encarado como algo repressivo e negativo. Além disso, os pais, com medo de traumatizar os filhos e de perder o amor deles, têm fugido da tarefa, às vezes desagradável, de estabelecer limites e estimular as crianças a usar com eficiência a razão para dirigir suas vidas.
Na educação infantil, essa é a tarefa número um dos pais. Ao aprender a utilizar a razão em benefício próprio, a criança e depois o adulto experimentam enorme satisfação quando se sentem disciplinados. Sim, porque é nestes momentos que nos consideramos animais mais sofisticados, que definimos com propriedade de racionais.
A alegria íntima de quem se levanta cedo, faz exercícios e chega na hora certa aos compromissos assumidos é algo que não pode ser subestimado. Sentimo-nos fortes quando conseguimos nos controlar – coisa muito difícil. Sentimos que vencemos a batalha mais árdua: a interior. A autoestima cresce. E para que nossos filhos experimentem todas essas sensação tão boa, deve lhes ensinar, desde cedo, a abrir mão de suas vontades, sempre que a razão assim achar conveniente e útil.
Texto original de Flávio Gikovate
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